sábado, 3 de setembro de 2011

Feia como o povo das fadas



Vejo-me pequenina, tímida e feia.
Feia era meu destino original – portanto um serzinho solitário no mundo da Beleza.
Mas, um golpe da vida aprimorou minha aparência física e talvez espiritual.
E até hoje resta a pergunta: permanece inalterado o destino original?
Ou, por mais que o mundo material possa ser manipulado em favor da beleza física, e talvez espiritual, eu permaneço originalmente feia?
Feia e homem.
Eu sou a feia inteligente, portanto mais um dos amigos dos homens.
“Eu não quero isso, seja lá o que isso for”.
Eu quero a chave-mestra que abre a Porta, que mexe as roldanas, que trava e desfaz as voltas da Grande Roda.
Porque, afinal, sou feia mesmo, feia como o povo das fadas. Neste mundo onde tudo está de ponta a cabeça, a beleza é a feiúra e a feiúra a beleza.
“E a minha alma clara só quem é clarividente pode ver”.

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