quarta-feira, 20 de julho de 2011

O que está bem perto



Decisões podem ser cruéis... As vezes o que pode ajudar está tão perto ao ponto de não ser percebido...

Era tarde da noite quando ela se deitou na grama fria do jardim. No escuro, no silêncio da noite, mirou as poucas estrelas que piscavam, num céu entre negro e púrpura, fruto de alguma combinação das venturas naturais com as desventuras do ser humano.

Tão raras as chances de se ver estrelas.
Tão raros os silêncios, nunca completos.

Hoje, no entanto, ela podia ouvir tão profundamente a voz calada, que tudo se preencheu do surdo som do seu coração. E a pergunta veio mais uma vez. Exigindo, não um resposta, como se poderia supor, mas uma decisão.
E o silêncio pesou, soturnamente, como a asa negra da noite...  ecoando:
Seguir com o plano? Quanto se deve apostar no Destino?
Tudo.

Já havia uma resposta – ela sabia.

Não que ela tivesse escolha entre o tudo e o nada, o que ela precisava era decidir seguir ou não.
Olhou para as estrelas, como se seu brilho distante pudesse dar ao menos alguma pista. Mudança de cores é alguma coisa?

Sentiu-se tão só. E tudo que ela queria era não sentir-se só.

E agora não era o silêncio da madrugada uma benção, mas o pano de fundo da saudade. E tudo que ela queria era um único sinal de que tudo ficaria bem. De que havia um bom propósito nisso tudo.
Mas, é preciso atenção, senão os sinais podem passar despercebidos.
Foi quando ela baixou os olhos que viu um brilho multicolorido vindo não das estrelas do alto, mas do anel que ele havia lhe dado, cintilando calmamente bem ali no seu dedo. 

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