quinta-feira, 3 de março de 2011

Inteira



- Dizem que sou meio louca. Sei lá mais o quê! Como se pode ser meio louca? Porque eu meio falo tudo que penso; meio me coloco (no meio?); eu meio me escondo; ou eu meio me mostro. Não sei... talvez eu seja toda louca. A loucura dos corajosos ou dos covardes ao extremo. Essa coisa que dá no meio do peito, ou no meio das pernas, que arrepia a pele, e faz com que eu me jogue.  Ninguém meio se joga. Depois da adrenalina, curto a sensação. E me jogo de novo. Sei lá o que me faz inteira! E sendo assim, eu nunca poderia ser meio louca, mas louca total.  Até dizer essas coisas, que não sei nem porque digo, me fazem ser também. Como se as palavras tentassem tocar em vão, o que vai além do que é lógico, do que é são. Vê como rima: vão e são? - E levantou do divã e pegou a bolsa e sacudiu os cabelos e bateu a porta e nunca mais voltou.

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