terça-feira, 13 de outubro de 2009

Tantas coisas que não compreendemos...

Ela chegou em casa.
Como de costume, deixou os sapatos na entrada, para não trazer para dentro do seu lar as impurezas da rua.

Pendurou a bolsa no cabide do escritório e logo sentiu o corpo esguio e macio de sua gatinha enroscando-se em suas pernas.

Com uma exclamação doce, tomou a gatinha em seus braços e a beijou.

Foi quando olhou naqueles enormes e azuis olhos felinos, e viu...

A princípio não passou de uma impressão, mas depois, por um segundo, pensou se tinha visto o que tinha visto, realmente.

Voltou a olhar.

E as pupilas da gata estavam lá, dilatadas, fixando algo muito interessante acima da cabeça dela.

Foi quando viu novamente, e agora não havia mais dúvidas.

No espelho da pupila negra e dilatada da gatinha ela viu seu próprio reflexo e, atrás de si, enormes asas brancas!

Imediata e instintivamente soltou a gata e virou-se para ver o que havia atrás de si mesma.

Nada.

Nada além da sala iluminada de sua própria casa, tendo ao fundo a visão da gatinha andando alegremente em direção a vasilha de ração.

Nenhum comentário:

Postar um comentário